Comentários...do outro lado da barricada

Na minha opinião, o livro de Riccardo Marchi – independentemente das cores ou trompetas da capa, que não têm qualquer importância face ao conteúdo – é excelente. Em primeiro lugar, como investigador em matéria de história contemporânea, reconheço-lhe o mérito duma pesquisa notável. Ficou muito por dizer….certo, a história não existe é uma construção do espírito que como um andaime tenta aproximar-se da realidade de que se ocupa o historiador. Claro que me estou inspirando em Wittgenstein. Em segundo lugar, razões quase sentimentais me despertaram outro tipo de interesse pelo livro. Refere a minha época de estudante, quando então me situava num campo bem diverso. Anti-hegeliano, sempre manifestei alergias intelectuais a “doutrinas” da esquerda profunda ou da direita bacoca. Em terceiro lugar, admirei a permanente fuga a clichés ou lugares comuns.

Interesso-me por temas afins e foi-me de grande utilidade académica.

JD

3 comentários:

  1. Parabéns ao autor pelo trabalho desenvolvido.
    Espero que sempre saia um livro sobre o pós 25de abril 74.
    Saudações

    Ps: gostei bastante do "Folhas Ultras"
    Mas os anos 30 foram mesmo os mais ricos no que concerne ao nacionalismo português, em linha com a Espanha, Itália e Alemanha

    Cumprimentos

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  2. Obrigado pelos parabéns. Em relação ao trabalho sobre o pós 25 de Abril, as investigações estão a ter dois diferentes graus de dificuldade. A investigação acerca do período da transição resulta particularmente complicada devido às reticências de muitas das testemunhas da direita radical que tiveram um papel chave no processo.
    Pelo contrário, a investigação sobre as direitas radicais a partir dos anos 80 até aos nossos dias está a ser mais fácil, mas possivelmente menos interessante do ponto de vista histórico.

    Como sempre, quem sabe/pode/quer fornecer contactos, arquivos particulares, testemunhos...é sempre bem-vindo.

    Uma nota ao seu "post scriptum": concordo com a riqueza dos anos 30-40, mas não desvalorizaria a capacidade inovadora e militante das gerações de 60 não só em Portugal mas pela Europa fora (Itália e França in primis).

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  3. O Emanuel Guerreiro estava também a trabalhar numa obra sobre o nacionalismo posterior a 1974, não sei se ainda estará a trabalhar na mesma.

    O blogue dele: http://mkta.blogspot.com/

    Na altura sugeri-lhe inclusive um título mais apelativo que "A Extrema-Direita no Portugal Pós-25 de Abril - Movimentos, Organizações e Partidos".

    A minha sugestão, dado o teor de "progressão" ideológica dos nacionalistas portugueses foi, provocatoriamente, "Do V Império ao IV Reich - O Nacionalismo Depois do 25 de Abril".

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