Zarco Moniz Ferreira

Aproveito dois comentários às memórias do Professor António José de Brito, para abrir um post sobre o Zarco Moniz Ferreira, líder do Movimento Jovem Portugal e um dos mais importantes animadores da area nacional-revolucionária portuguesa dos anos 60 e 70.
Todos os testemunhos (e muitos há por sí) sobre este militante politico serão bem vindos.

Talvez seja importante acrescentar um detalhe sobre a ida para Angola do Zarco.
Nos anos de guerra os Alferes Milicianos que não tivessem sido mobilizados para o Ultramar no seu tempo de serviço militar obrigatório, poderiam ser chamados para frequentarem o Curso de Capitão Miliciano (Zarco fê-lo em Mafra) já depois de terem iniciado as suas carreiras de trabalho e constituído as suas famílias. Esclarece-se que o poder não significava obrigatoriamente que o fossem.
Zarco viu-se assim confrontado com uma mobilização já com a vida familiar e profissional organizada (ao contrário da generalidade dos que iam como Alferes Milicianos) e também com a ideia que o tinham mobilizado para acabarem com a sua actividade política.
Protestou muito, mas foi. Comandou uma Companhia como Capitão Miliciano e portou-se bem, como aliás era de esperar.
É mais um esclarecimento. Se importante ou não, não me interessa.
Quanto ao Zé Vale foi para a Guiné para o Gabinete do Spínola. Nada mais me apetece escrever!!!
Nota: Zarco foi enterrado transportando nas suas mãos o boné - imortalizado na Guerra da Argélia - que o acompanhou na sua Missão ao serviço da Pátria! Honra lhe seja!

José Carlos


O Zarco enfrentava-os! Recordo-me de o ter visitado no Banco, onde trabalhava, na rua Castilho e lhe ter perguntado como lidara com os vermelhos bancários que certamente tentaram invadir o seu gabinete.
Respondeu: "Com isto!" e pôs de cima da secretária uma granada de mão ofensiva que retirou da gaveta, e acrescentou "Nunca mais ninguém passou daquela porta."

JM Santos Costa

2 comentários:

  1. Depois de ter enviado o comentário anterior, verifiquei que o que tinha escrito sobre o Zé Vale de Figueiredo não estava correcto. A memória às vezes prega-nos partidas.
    A correcção é a seguinte: O Zé Vale (Alferes Miliciano de Infantaria)ofereceu-se como voluntário para a Guiné em 1967, para onde foi em rendição individual. Era Cmdt Chefe o General Arnaldo Schultz. Spínola só chega à Guiné em 1968.

    Corrigido este meu lapso não quero deixar de dizer que de entre todos os "nacionais" não houve nenhum que se escusasse a ir para os Teatros de Operações, uns voluntários e outros logo mobilizados, sem hipóteses de tempo para se voluntarizarem.
    Também é certo que alguns Camaradas mobilizados para Províncias não em guerra (Timor e Cabo Verde) trocaram as suas mobilizações de forma a poderem ir para os teatros de operações

    José Carlos

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  2. Boa informação.
    O nacionalismo português até teve muitos "lideres"

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