Movimento de Integração Nacional

Entre as páginas do lívro de Fernando Pacheco de Amorim, "Três Caminhos da Política Ultramarina" (1962) - que comprei recentemente num alfarrabista - encontrei o programa do Movimento de Integração Nacional, que reproduzo aqui em baixo.

O interessante é que este programa e o seu autor inspiraram muito o nacionalismo revolucionário português do final dos anos Sessenta.

A partir da segunda metade dos anos 80 até hoje, pelo contrário, nenhum militante da nova direita radical portuguesa subscreveria esse programa, principalmente no que toca ao ponto 2. As explicações são muitas, mas o que interessa é a cesura profunda que se deu no pensamento do nacionalismo radical português nos últimos 40 anos.






2 comentários:

  1. Viva, Riccardo.

    Permito-me discordar da sua opinião, fundado apenas na minha experiência. Em 1989 ou 1990 passei pelo Movimento de Acção Nacional e rapidamente dele me afastei quando dei pela abundância de cabeças-rapadas e pela tara xenófoba que os animava. Tinha então 15 ou 16 anos. E hoje, com 37, sem me preocupar em definir-me politicamente com exactidão, continuo a pensar que a construção de uma decente sociedade multirracial, genuinamente desejada por alguns, pragmaticamente acelerada pelas guerras no Ultramar, foi o que de mais admirável o regime autoritário tentou fazer. Ouvir gente de origem africana falar português e possuir a nacionalidade portuguesa são consoladoras realidades que a obtusidade xenófoba nunca apagará.
    Aceite os meus votos de saúde e os meus parabéns pela sua actividade académica, que em breve espero conhecer.

    Luís Neto

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  2. Caro Luís,

    você tem razão. Foi erro meu escrever "nenhum militante da nova direita radical portuguesa subscreveria esse programa". De facto a fractura "etnocentrismo" vs "multiracialismo" permanece não resolvida na nova direita radical portuguesa. Sem dúvida há militantes da geração 90 e até mais novos, que partilham da sua impostação. Mas é também verdade que o MAN encetou uma forte viragem etnocentrista aquando do seu crescimento e, mais recentemente, o PNR distinguiu-se por um discurso fortemente etnocentrico: os autocolantes "a coisa está preta" só para fazer um exemplo. Mas...sim...concordo que o tema está ainda controverso entre as fileiras nacionalistas.
    Cordialmente
    Riccardo

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