Manlius [05-01-2010]

Já li atentamente o livro de Riccardo Marchi. Não me parece nada mal, antes pelo contrário. Teve boas fontes (nalguns casos aponta uma fonte quando a informação proveio de outra, mas tudo bem). Fez trabalho de casa, e intenso.
É omisso nalguns períodos principalmente nos poucos meses que antecederam o 25 do 4 e a preparação dos nacionalistas para o que estava para acontecer. Também se calhar ninguém esteve na disposição de lhe revelar os detalhes. Está muito ligado ao pós 25 e às lutas que se seguiram. A coisas que a maior parte dos intervenientes acha que ainda é cedo para contar. Enfim, há muitas pessoas vivas e em situação insuspeita. E etc...
Também é bastante omisso nas lutas sociais e sindicais do Jovem Portugal. Mais uma vez culpa nossa.
Li também com prazer o artigo de Jaime Nogueira Pinto no Jornal I. […] É um artigo que veio de um camisa vieja (da altura, claro). Do fundador da célula do Jovem Portugal no Liceu D. Manuel II, no Porto, e do militante activo no período descrito. Algumas vantagens teve o Jaime. Não rachou no pós 25, quando outros, como Lucas Pires declaravam alto e bom som terem sido sempre democratas... E etc. que não estou para dizer muito mais. […] A sua afirmação sobre a presença da nossa gente na luta pós 25 do 4 foi determinante. Aliás preparada desde Outubro de 1973. Só que o MFA sem o saber - ou melhor sem perceber a dinâmica - abarbatou - no meio da sua loucura de prisões a metro - muita gente importante. Mas não foi por causa disso que não houve um combate sério. E se não fossem umas pessoas que eu cá sei o resultado teria sido muito diferente. Aliás o livro Capitão de Abril, Capitão de Novembro do Cap. Castro explica muitas coisas. Mas a vida é o que é e não o que poderia ter sido.
De todas as maneiras estou a coligir todos os pequenos detalhes com os quais ou discordo ou mesmo que podem ter esclarecimentos adicionais. E prometo que os vou escrever aqui neste espaço.


Comentários:

1) […] Por acaso, terminei hoje a leitura do «Império, Nação, Revolução». É um livro espectacular, especialmente para alguém como eu, que desconhecia grande parte da "história das direitas radicais". Tudo o que sabia eram peças soltas que apanhava aqui e ali e procurava juntar. Através do livro pude reunir muitas pontas soltas, fazer algumas descobertas surpreendentes e obter um retrato global da evolução desta área política. MV

2) Este livro vem finalmente preencher uma lacuna. Foi realmente preciso um "alien", como lhe chama JNP, para fazer um trabalho isento. Ainda bem. Sigam-se outros. DB

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