Gostaria imenso de ir, mas o facto de o horário do Seminário coincidir/sobrepôr-se ao meu horário de trabalho, impede-me de comparecer. Se por ventura fôr publicada uma colectânea das intervenções no seminário, gostaria me informassem onde poderei adquiri-la. Melhores Cumprimentos Miguel Magalhães
Caro Miguel, obrigado pela sua e-mail. De facto este seminário deve ser, pelo menos na minha intenção, a primeira etapa para a publicação de uma colectânea sobre as "Direitas em Portugal", que seja um instrumento de trabalho (até agora inexistente) para futuros investigadores que se queiram debruçar sobre o tema, mas também uma referência para apaixonados de história do pensamento político.
Infelizmente os tempos de edição dos livros não são assim tão rápidos, mas com certeza manterei iformados os leitores sobre o caminho do projecto.
Estimado Ricardo: Por medio de intelectuales portugueses pude leer y poseer tus libros, Imperio... y Folhas...., ambos son un ejemplo de honestidad y arduo trabajo de investigacion, sumados a una prosa elegante, firme y clara, felicito y me obligo a estar si Dios lo permite en ese Seminario, que sin dudas sera un hito, para comenzar una discucion del futuro de las Derechas, en Portugal. Cordialmente. Lic. Alfredo Monte Reza
Estimado Alfredo, Muchas gracias por sus comentarios acerca de mis libros. No sé si el señor es español o suramericano, mas la historiografía hispánica sobre las derechas radicales en España en el pos-guerra fue una de mis mayores inspiraciones para me dedicar al estudio de la ultraderecha portuguesa: historiadores como Xavier Casals, Ferran Gallego y Jiménez Rodríguez han contribuido mucho a mi formación intelectual sobretodo en temáticas como el nacional-sindicalismo y el catolicismo contrarrevolucionario en los 50-60s que en la extrema-derecha italiana ha tenido un papel menos preponderante mas marcaran mucho la portuguesa. Espero con este Congreso desenvolver e alargar más los estudios sobre derechas en Portugal. Cordialmente Riccardo
Olá Riccardo! Gostaria de marcar presença, mas com muita pena minha, estarei a trabalhar nos horários indicados. Contudo, desejo que o seminário seja um sucesso e que daqui possam continuar a romper análises sérias, desgarradas de visões maniqueístas e turvas, como é apanágio da guarda pretoriana da «situação». Abraço Gonçalo
Esta iniciativa é fantástica. Quem sabe não abre caminho para a criação de uma cadeira de "pensamento contra-revolucionário"?
Adoraria ir mas estou "preso" em Buenos Aires até meados de dezembro, por "culpa" do Maurras e do Salazar... Se forem elaboradas actas, teria grande interesse em obter uma cópia.
Caro José, para participar na conferencia não é precisa nem inscrição nem pagamentos. A ideia foi mesmo a de abrir um encontro académico a diferentes públicos interessados na matéria.
Portanto é só aparecer e...animar os debates nas secções de que se goste mais....ou até em todas.
O RM manifestou algures o seu interesse por um debate acerca das relações entre o nacionalismo radical português e o antigo regime. Também me parece um debate essencial para compreender muito do que foi e não foi o nacionalismo radical em Portugal desde a década de 20 até ao nosso tempo, e nomeadamente o que nele foi diferente do que se passava além fronteiras, e porque o foi. Penso que se deve partir da constatação de que o regime salazarista nasceu "ao centro" (espero que seja bem interpretada esta minha afirmação). Salazar surgiu como o denominador comum de uma federação de forças muito complexa. E depois o regime foi sempre assim: ele era o árbitro e o federador, e esse era o segredo do seu poder. Por um lado não lhe convinha perder o apoio de nenhuma facção ou grupo dos que o tinham levado até ali, e por outro lado não podia arriscar-se a que algum desses sectores conseguisse demasiado poder, ou alcançasse demasiado ascendente sobre os outros. Daí a forma de exercício do poder tipicamente salazarista, sempre à procura do ponto de equilíbrio ideal, conforme os tempos e as circunstâncias (pareceu-me neste aspecto muito acertada a visão transmitida por Filipe Ribeiro de Menezes). Por isso, quando o nacionalismo radical pareceu surgir como uma alternativa política, contestando a unidade e a direcção do regime, teve que ser decapitado e domesticado de um modo caracteristicamente salarista: atraindo uns e isolando outros, neutralizando o conjunto enquanto alternativa. Foi a história do nacional-sindicalismo. Depois disso, a vida da direita radical que o RM estudou foi sempre condicionada pelos mesmos factores. O regime tolerava-a, desde que ela não contestasse a Situação e sobretudo não pussesse em causa o Chefe. Mas não lhe atribuía particular importância, e só a tolerava para servir de contrapeso a outros sectores que também não se pretendia que ganhassem demasiado poder. Era um papão útil, mas fora disso pouco respeitado. Por ela, a direita radical percebia que com Salazar só podia ter o que ele quisesse dar-lhe, mas que não podia viver contra ele e que sem ele os males que a alarmavam seriam sempre assustadoramente maiores. Isto é, sem Salazar viria o descalabro do projecto histórico nacional (o Ultramar), e viria necessariamente a democracia, os partidos,a desordem e a roubalheira que tinham sido corridas com a ascensão do Estado Novo. E mais o comunismo à solta. Resultado de tudo isto: a direita radical resignou-se. Foi vivendo à margem, e jogando apenas na influência que poderia eventualmente conseguir ter junto do poder (durante muito tempo, isto quis dizer Salazar, mas o hábito consolidou-se e perdurou). Foi a meu ver o caso de Pimenta, mas a mesma atitude acabou por prolongar-se até ao fim (anos 50 e 60 e primeiros de 70). Não se podia correr o risco de abanar o regime, sob pena de males maiores, males absolutos; não se podia correr o risco de o indispor contra nós, sob pena de o afastar ainda mais do bom caminho e o lançar nos braços menos aconselháveis; mas assim o próprio acto de existir era quase um prodígio. A existência do regime e o condicionamento que ele representava, e a existência do Ultramar e a prioridade dada à batalha pela integridade nacional, para além da própria condição periférica de Portugal, são os factores que contêm a explicação para as singularidades do caso português em face da evolução dos congéneres na Europa.
Gostaria imenso de ir, mas o facto de o horário do Seminário coincidir/sobrepôr-se ao meu horário de trabalho, impede-me de comparecer.
ResponderEliminarSe por ventura fôr publicada uma colectânea das intervenções no seminário, gostaria me informassem onde poderei adquiri-la.
Melhores Cumprimentos
Miguel Magalhães
Caro Miguel,
ResponderEliminarobrigado pela sua e-mail. De facto este seminário deve ser, pelo menos na minha intenção, a primeira etapa para a publicação de uma colectânea sobre as "Direitas em Portugal", que seja um instrumento de trabalho (até agora inexistente) para futuros investigadores que se queiram debruçar sobre o tema, mas também uma referência para apaixonados de história do pensamento político.
Infelizmente os tempos de edição dos livros não são assim tão rápidos, mas com certeza manterei iformados os leitores sobre o caminho do projecto.
Cordialmente
Riccardo
Caro Riccardo Marchi,
ResponderEliminarObrigado pela iniciativa. Farei a minha parte, quer divulgando, quer marcando presença.
Um abraço,
Diogo P. Meira
Estimado Ricardo:
ResponderEliminarPor medio de intelectuales portugueses pude leer y poseer tus libros, Imperio... y Folhas...., ambos son un ejemplo de honestidad y arduo trabajo de investigacion, sumados a una prosa elegante, firme y clara, felicito y me obligo a estar si Dios lo permite en ese Seminario, que sin dudas sera un hito, para comenzar una discucion del futuro de las Derechas, en Portugal.
Cordialmente. Lic. Alfredo Monte Reza
Estimado Alfredo,
ResponderEliminarMuchas gracias por sus comentarios acerca de mis libros. No sé si el señor es español o suramericano, mas la historiografía hispánica sobre las derechas radicales en España en el pos-guerra fue una de mis mayores inspiraciones para me dedicar al estudio de la ultraderecha portuguesa: historiadores como Xavier Casals, Ferran Gallego y Jiménez Rodríguez han contribuido mucho a mi formación intelectual sobretodo en temáticas como el nacional-sindicalismo y el catolicismo contrarrevolucionario en los 50-60s que en la extrema-derecha italiana ha tenido un papel menos preponderante mas marcaran mucho la portuguesa. Espero con este Congreso desenvolver e alargar más los estudios sobre derechas en Portugal.
Cordialmente
Riccardo
Aproveito também para exprimir o meu aplauso pela iniciativa, e os votos de que seja um grande sucesso.
ResponderEliminarOlá Riccardo!
ResponderEliminarGostaria de marcar presença, mas com muita pena minha, estarei a trabalhar nos horários indicados. Contudo, desejo que o seminário seja um sucesso e que daqui possam continuar a romper análises sérias, desgarradas de visões maniqueístas e turvas, como é apanágio da guarda pretoriana da «situação».
Abraço
Gonçalo
Caro Riccardo:
ResponderEliminarEsta iniciativa é fantástica. Quem sabe não abre caminho para a criação de uma cadeira de "pensamento contra-revolucionário"?
Adoraria ir mas estou "preso" em Buenos Aires até meados de dezembro, por "culpa" do Maurras e do Salazar... Se forem elaboradas actas, teria grande interesse em obter uma cópia.
E aqui vão os meus votos de um completo êxito.
Com um forte abraço,
Marcos
Caro Riccardo,
ResponderEliminarOs meus parabéns por esta iniciativa, gostaria de saber se para participar é necessário increver-me e qual o custo?
Obrigado
José Vaz de Carvalho
Caro José,
ResponderEliminarpara participar na conferencia não é precisa nem inscrição nem pagamentos. A ideia foi mesmo a de abrir um encontro académico a diferentes públicos interessados na matéria.
Portanto é só aparecer e...animar os debates nas secções de que se goste mais....ou até em todas.
Parabéns pela iniciativa! Lá estarei.
ResponderEliminarTentarei estar presente, interessa-me particularmente a dissertação sobre a Nova Direita portuguesa do Jaime Nogueira Pinto.
ResponderEliminarO RM manifestou algures o seu interesse por um debate acerca das relações entre o nacionalismo radical português e o antigo regime.
ResponderEliminarTambém me parece um debate essencial para compreender muito do que foi e não foi o nacionalismo radical em Portugal desde a década de 20 até ao nosso tempo, e nomeadamente o que nele foi diferente do que se passava além fronteiras, e porque o foi.
Penso que se deve partir da constatação de que o regime salazarista nasceu "ao centro" (espero que seja bem interpretada esta minha afirmação). Salazar surgiu como o denominador comum de uma federação de forças muito complexa. E depois o regime foi sempre assim: ele era o árbitro e o federador, e esse era o segredo do seu poder. Por um lado não lhe convinha perder o apoio de nenhuma facção ou grupo dos que o tinham levado até ali, e por outro lado não podia arriscar-se a que algum desses sectores conseguisse demasiado poder, ou alcançasse demasiado ascendente sobre os outros.
Daí a forma de exercício do poder tipicamente salazarista, sempre à procura do ponto de equilíbrio ideal, conforme os tempos e as circunstâncias (pareceu-me neste aspecto muito acertada a visão transmitida por Filipe Ribeiro de Menezes).
Por isso, quando o nacionalismo radical pareceu surgir como uma alternativa política, contestando a unidade e a direcção do regime, teve que ser decapitado e domesticado de um modo caracteristicamente salarista: atraindo uns e isolando outros, neutralizando o conjunto enquanto alternativa. Foi a história do nacional-sindicalismo.
Depois disso, a vida da direita radical que o RM estudou foi sempre condicionada pelos mesmos factores. O regime tolerava-a, desde que ela não contestasse a Situação e sobretudo não pussesse em causa o Chefe. Mas não lhe atribuía particular importância, e só a tolerava para servir de contrapeso a outros sectores que também não se pretendia que ganhassem demasiado poder. Era um papão útil, mas fora disso pouco respeitado.
Por ela, a direita radical percebia que com Salazar só podia ter o que ele quisesse dar-lhe, mas que não podia viver contra ele e que sem ele os males que a alarmavam seriam sempre assustadoramente maiores. Isto é, sem Salazar viria o descalabro do projecto histórico nacional (o Ultramar), e viria necessariamente a democracia, os partidos,a desordem e a roubalheira que tinham sido corridas com a ascensão do Estado Novo. E mais o comunismo à solta.
Resultado de tudo isto: a direita radical resignou-se. Foi vivendo à margem, e jogando apenas na influência que poderia eventualmente conseguir ter junto do poder (durante muito tempo, isto quis dizer Salazar, mas o hábito consolidou-se e perdurou). Foi a meu ver o caso de Pimenta, mas a mesma atitude acabou por prolongar-se até ao fim (anos 50 e 60 e primeiros de 70). Não se podia correr o risco de abanar o regime, sob pena de males maiores, males absolutos; não se podia correr o risco de o indispor contra nós, sob pena de o afastar ainda mais do bom caminho e o lançar nos braços menos aconselháveis; mas assim o próprio acto de existir era quase um prodígio.
A existência do regime e o condicionamento que ele representava, e a existência do Ultramar e a prioridade dada à batalha pela integridade nacional, para além da própria condição periférica de Portugal, são os factores que contêm a explicação para as singularidades do caso português em face da evolução dos congéneres na Europa.
Devo felicitar a excelente analise do sistema politico antes do 25 de Abril, só é pena ter aberto a porta às lapas que estão neste momento no poder.
ResponderEliminarCordialmente